Sunday, May 06, 2007


Os adversários do “V”...

Estamos ainda há mais de um ano da realização das eleições municipais, mas em Campina Grande o clima já é de extrema efervescência política. A tarefa mais cobiçada nesse instante é descobrir um nome que reúna forças o suficiente para derrotar o prefeito Veneziano Vital do Rêgo.

Tarefa complicada

E aí é preciso convir que esse alguém terá de lutar contra uma margem de cerca de 85% de aprovação popular do atual prefeito.

Pleiteantes

Entre os candidatáveis, os nomes de Rômulo Gouveia, Manoel Ludgério e Romero Rodrigues parecem estar mais cotados dentro da atmosfera política que prevalece no município.

O desejo de Rômulo

O deputado federal do PSDB Rômulo Gouveia já manifestou o interesse em lutar pela candidatura. A única exigência feita por ele é que a oposição se una em torno de uma só pessoa.

A favor dele...

...o tucano tem a experiência de quem já foi presidente da Assembléia Legislativa, aliada a uma forte empatia das camadas menos abastardas da sociedade; de onde ele próprio foi participante.

Contra

Negativamente, Rômulo não pode esconder o fato de ter sido ele o derrotado nas eleições municipais passadas, perdendo para Veneziano numa campanha que ainda não saiu da memória do povo de Campina Grande.

O que pensam os companheiros

No caso de Rômulo, a insegurança do grupo que o apóia concentra-se no medo de que a lembrança do último pleito reconstitua a história, e 2004 se repita.

As chances de Manoel Ludgério

Pertencendo a um partido diferente do de seus concorrentes, o médico e deputado estadual pelo PDT Manoel Ludgério conta com o apoio de muitos líderes da oposição. Inclusive, dias atrás teve seu nome citado pelo atual presidente da Assembléia, Artur Cunha Lima, que é também um dos mais fortes caciques do grupo.

Empreitada de Ludgério

Vontade e disposição Ludgério tem, mas dos três nomes o dele parece ser ainda o de menor difusão junto ao eleitorado campinense. Para chegar lá, o deputado pedetista terá que tornar seu nome mais conhecido pelo povo.

Romero na disputa

Já Romero Rodrigues, deputado estadual eleito pelo PSDB e atual secretário de interiorização da Paraíba, é uma figura bastante conhecida da população campinense desde sua atuação como vereador na cidade.

Possibilidades

Romero certamente aceitaria o convite. No entanto, nas atuais circunstâncias políticas há a possibilidade de que a secretaria que ocupa hoje já seja o bastante para ele nesse momento.

Indefinições

Por enquanto tudo não passa de especulações e sondagens de opinião em torno dos três nomes, até porque a oposição está longe de chegar a um consenso.

O tempo provocará desencontros

À medida que os meses forem passando, muitos atritos devem ocorrer entre esses três atores da política local. Nos bastidores, é claro!

Hoje

No momento, apenas uma verdade é definitiva: quanto mais dias se passarem sem nenhuma definição de quem será o candidato em 2008, menos chance terá o escolhido de lograr êxito no embate contra o atual prefeito.

Friday, May 04, 2007


O Descrédito e a desesperança

João paulo Medeiros


Mais de 25 mil paraibanos não regularizaram o título eleitoral esse ano e deverão ter os documentos cancelados pela Justiça eleitoral. O prazo para regularização terminou no último dia 26 de abril, mas os transtornos causados pelas filas nos locais onde esses procedimentos foram feitos não mereceram sequer uma nota nos jornais. Evidentemente que o fenômeno não tem ligação alguma com a ocorrência de chuvas ou com a agressividade do sol, muito menos está condicionado à falta de transporte ou de tempo dos eleitores se dirigirem aos cartórios eleitorais do Estado. Claro que não.

Em meio a uma série de acontecimentos que lambuzaram o nome do Estado ano passado, como o esquema dos Sanguessugas que envolveu seis parlamentares paraibanos e a operação Confraria, que apontou indícios de irregularidades monstruosas na Capital, a ausência dos paraibanos apresenta-se como um reflexo significativo da atual conjuntura política do Estado.

O que existe, e este fato não é novo, é um total desprezo atribuído à política pela população da Paraíba. O paraibano desacredita na classe política de seu Estado, tem medo de ser forçado a dar um voto a alguém que não merece recebê-lo.

E os números contribuem para a prevalência desse estado de espírito. Na Paraíba, para se ter uma idéia, estima-se que os desvios de recursos públicos ultrapassem meio bilhão de reais por ano, e, segundo o Fórum Paraibano de Combate à Corrupção, cerca de 85% das denúncias que vimos todos os dias nos noticiários são procedentes.

Malas de dinheiro são jogadas pelas janelas em períodos eleitorais, cestas básicas são distribuídas em larga escala no dia do pleito, cimento areia e gasolina são comprados a preço de ouro por órgãos públicos em todo o Estado. Esse conjunto de más ações praticadas por caciques da política local tem distanciado cada vez mais o povo paraibano do processo de participação na vida pública do Estado, participação esta que é princípio indispensável da democracia.

Ruim para aqueles que ficaram em débito com o Tribunal Eleitoral, pois permanecerão impedidos de se matricularem em universidades, tirar passaporte, prestar concurso público, recadastrar o CPF entre outras coisas; péssimo para todos nós, que prosseguiremos sendo forçados a participar de um jogo em que muitos dos jogadores não estão nem aí para o resultado final da partida.

A política aqui no estado tem dessas peripécias: poucos manifestam interesse, a maioria acompanha por obrigação, uma micro-minoria permanece satisfeita e acumulando benefícios vindos do descrédito e da desesperança de muitos.